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Fernanda Bernaud & Thaís Rasia
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Um adoçante artificial pode alimentar a ansiedade?



Algumas semanas atrás um posicionamento e recomendação da OMS sobre adoçantes gerou polêmica nas redes sociais, portanto esse assunto é importante para escrevermos aqui no blog.


Pesquisas sugerem que o aspartame, um adoçante artificial frequentemente encontrado em alimentos e bebidas, pode aumentar o risco de ansiedade. Em um estudo publicado em dezembro de 2022 na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, pesquisadores observaram que ratos que bebiam água contendo o adoçante apresentaram comportamento semelhante à ansiedade. Tal efeito ocorreu com doses de aspartame equivalentes a menos de 15% da ingestão diária máxima recomendada para humanos pela Food and Drug Administration (FDA). Ao ser consumido, o aspartame se transforma em compostos que podem ter potentes efeitos sobre o Sistema Nervoso Central. Ainda, a exposição dos animais ao adoçante produziu alterações na expressão de genes que regulam o equilíbrio de excitação/inibição na amígdala (região do cérebro que regula a ansiedade). E, ao receberem diazepam (medicamento usado para tratar ansiedade), seu comportamento foi aliviado. Conforme a pesquisa, a ansiedade, as mudanças na expressão gênica da amígdala e a resposta ao medicamento não se limitaram aos animais expostos ao aspartame, aparecendo em até duas gerações posteriores dos ratos machos expostos ao adoçante, ou seja, houve transmissão transgeracional desses efeitos. A extrapolação dos resultados apresentados no estudo para humanos ainda precisa de maior investigação, mas sugere que o consumo do adoçante em doses menores daquela recomendada pela FDA pode produzir mudanças neurocomportamentais em consumidores de aspartame e também em seus descendentes. Além disso, em um estudo publicado em agosto de 2022 na revista Cell, pesquisadores relataram que os adoçantes não são inertes metabolicamente e podem alterar o microbioma intestinal, influenciando, possivelmente, os níveis de glicose no sangue. Esses “substitutos do açúcar” ainda têm sido associados a um risco aumentado de derrames, doenças cardíacas e câncer.



A OMS lançou recentemente uma nova orientação acerca do consumo de adoçantes. Segundo o documento, estes não devem ser utilizados para controlar o peso corporal ou reduzir o risco de doenças não transmissíveis. Conforme a organização, resultados de uma revisão sistemática sugerem que o uso dos adoçantes não oferece benefício a longo prazo na redução da gordura corporal em crianças e adultos, bem como sugerem que pode haver efeitos indesejáveis potenciais do uso prolongado dos produtos. A recomendação não se aplica a indivíduos com diabetes pré-existente e inclui todos os adoçantes não nutritivos sintéticos e naturais ou modificados não classificados como açúcares encontrados em bebidas e alimentos industrializados ou vendidos sozinhos para serem adicionados pelos consumidores. Portanto, é essencial manter uma alimentação equilibrada e evitar o consumo de alimentos e bebidas adoçados artificialmente, priorizando alimentos in natura e minimamente processados. E por último, mas não menos importante, não é para haver uma troca de adoçante para açúcar, mas sim o que deve ocorrer é uma adaptação do paladar para sabores diferentes. Os malefícios do consumo excessivo de açúcar são vários, sobre eles falaremos nas próximas semanas.


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F&T Notes: pelas nutricionistas Fernanda Bernaud e Thaís Rasia



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