As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, e os seus fatores de risco clássicos são: idade avançada, pressão alta, tabagismo, níveis elevados de colesterol total e glicose no sangue. A qualidade da dieta é fundamental para a prevenção e tratamento dessas doenças, especialmente ao longo do processo de envelhecimento. Os flavonóides estão entre os compostos bioativos mais estudados e vêm sendo evidenciados como benéficos à saúde cardiometabólica que decorrem, provavelmente, devido à combinação de antioxidantes, bem como sua ação anti-inflamatória, antimutagênica e anticancerígenas. Existem diversas subclasses de flavonóides agrupadas de acordo com a sua estrutura química, sendo os flavan-3-ols - que podem ser encontrados de forma abundante em alimentos como: chá preto e verde, maçãs, frutas vermelhas e cacau -, os flavonóides mais consumidos, conforme dados americanos do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES).
Em razão disso, foi desenvolvida a primeira recomendação de ingestão de um componente bioativo não essencial: Flavan-3-ol e saúde cardiometabólica.
Vejamos as recomendações e conclusões sobre a ingestão de flavan-3-ols:
Para a população adulta geral, recomenda-se aumentar o consumo de alimentos ricos em flavan-3-ols e baixos ou sem açúcares adicionados, incluindo: chás, maçãs, frutas e cacau (não limitado apenas a esses alimentos).
O consumo de 400 a 600 mg diários de flavan-3-ols pode reduzir o risco associado a doenças cardiovasculares e diabetes.
Aumentar o consumo de flavan-3-ols na dieta pode ajudar a melhorar a pressão arterial, bem como os níveis de colesterol e o açúcar no sangue.
É necessário destacar que essa orientação de consumo é uma diretriz baseada em alimentos e não uma recomendação para suplementação. Além disso, salienta-se que a eficácia dessas diretrizes pode ser diferente para populações especiais, como aquelas com doenças autoimunes, câncer e doenças renais ou doenças hepáticas, tendo em vista que podem ter absorção, distribuição, metabolismo e excreção alterados, afetando, assim, a biodisponibilidade e eficácia dos compostos nos alimentos. De igual forma, os estágios de vida, como a gravidez, por exemplo, também podem afetar a bioatividade desses compostos. Por isso, lembramos que é fundamental realizar acompanhamento nutricional personalizado para garantir uma boa alimentação e aporte nutricional adequado às suas particularidades e estágio de vida.
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F&T Notes: pelas nutricionistas Fernanda Bernaud e Thaís Rasia
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