Um estudo, chamado VITAL, projetado para avaliar os efeitos da suplementação de Vitamina D e de ácidos graxos ômega-3 sobre à saúde evidenciou que após 5 anos de suplementação de vitamina D (2000UI/dia) houve redução de 22% no risco de doenças autoimunes.
Após a descontinuação dos suplementos, 21.592 participantes concordaram em ser observados por mais dois anos, sendo verificado, agora, que a proteção contra doenças autoimunes da vitamina D não era mais significativa, mas os benefícios decorrentes da suplementação dos ácidos graxos ômega-3 (1g/dia, sendo 460mg de EPA e 380mg de DHA) permanecem por pelo menos 2 anos após a interrupção.
Os resultados do estudo observacional do VITAL sugerem que a suplementação de vitamina D deve ser contínua para a redução do risco de doenças autoimunes. Já o ômega 3 pode ser descontinuado e os seus efeitos durarem ao menos 2 anos.
Além da diferença na duração do efeito protetor, os pesquisadores também notaram disparidades nos efeitos entre diferentes doenças autoimunes, podendo o efeito protetor da vitamina D ser mais forte para algumas, como a psoríase, e dos ácidos graxos ômega-3 para outras, como a doença inflamatória intestinal.
A vice-presidente de pesquisa do Departamento de Medicina e professora da School of Nutritional Science and Wellness da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, pontuou que os resultados sugerem que, embora cada suplemento possa oferecer proteção contra doenças autoimunes, eles podem não se aplicar a todos os pacientes e condições.
Quem deve suplementar ômega 3?
A FDA/USA aprova a recomendação para suplementação em pessoas com excesso de triglicerídeos (>500mg/dL) ou com diagnóstico de diabetes e doenças cardiovasculares mais triglicerídeos altos (>150mg/dL).
Quem não preenche os critérios acima têm benefícios com a prescrição de ômega 3?
No estudo VITAL, as pessoas que mais observaram redução de risco de eventos cardíacos (ao menos 40%) foram aqueles que tinham baixo consumo de peixe, apresentavam 1 ou mais fatores de risco cardiovasculares ou eram Afro-americanos.
O uso de ácidos graxos ômega 3 de forma suplementar nesses casos deve ser discutido com nutricionista ou clínico. A suplementação nunca irá substituir os benefícios de uma dieta adequada, mas pode ser uma aliada na melhora da saúde. Para aqueles que pensam em suplementar, é muito importante verificar as fontes e o controle de qualidade, como a isenção de contaminação por metais pesados. Ainda, atentar para o fato de que megadoses de óleo de peixe já foram associadas ao aumento do risco de fibrilação atrial e sangramento..
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F&T Notes: pelas nutricionistas Fernanda Bernaud e Thaís Rasia
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