Seres humanos e outros mamíferos têm o chamado ritmo circadiano, um relógio biológico que controla uma série de processos neurocomportamentais e também fisiológicos, como sono, frequência cardíaca e produção hormonal.
No entanto, com a mudança do estilo de vida decorrente da modernização da sociedade, muitas pessoas têm sofrido com o desajuste do ritmo circadiano. Acredita-se que este tenha impactos negativos na saúde humana, com efeitos a curto e longo prazo. Sono encurtado e ruim, estado de alerta prejudicado, baixo desempenho, hipertensão e estado inflamatório anormal estão entre os efeitos agudos desse desalinhamento, enquanto a longo prazo é possível observar maior risco de desenvolver obesidade, diabetes mellitus, síndrome metabólica, câncer, doenças cardiovasculares, deficiências cognitivas e até mesmo doença de Alzheimer.
Uma forma de desajuste do ritmo circadiano menos evidente do que aquele sofrido pelos viajantes, e altamente subestimada, é o “jetlag social”. Esse termo é usado para descrever a discrepância entre o relógio biológico e os tempos sociais, determinado, principalmente, por nossas obrigações, como por exemplo estudos ou trabalho e suas oscilações ao longo dos dias da semana e final de semana.
Em vista do impacto e efeitos do jetlag social, uma revisão de estudos sobre o tema, publicada na revista Nutrients, evidencia que este é um fator de risco à saúde e predispõe a doenças na vida adulta. A pesquisa ainda destaca que essa condição parece estar associada a um menor desempenho acadêmico e/ou laboral.
Há, atualmente, a necessidade de aplicação de estratégias sociais e individuais para neutralizar os efeitos ruins do jetlag social. Rotinas são importantes para alinhar os horários de acordar, dormir e se alimentar.
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Referência:
Nutrients | Free Full-Text | Social Jetlag and Related Risks for Human Health: A Timely Review (mdpi.com)
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F&T Notes: pelas nutricionistas Fernanda Bernaud e Thaís Rasia
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