Novas recomendações do Guia Canadense são muito mais restritivas
Recentemente, o Canadá publicou novas recomendações nacionais, que apontam não haver quantidade segura de ingestão de bebidas alcoólicas. De acordo com as orientações, não beber traz benefícios, como melhor saúde e sono e, caso a pessoa opte por beber, o máximo de dois drinques por semana é a quantidade considerada de baixo risco. As diretrizes anteriores, publicadas em 2011, recomendavam um máximo de 10 drinques por semana para mulheres e 15 drinques para homens, ou seja, 5 vezes mais que a orientação atual para mulheres e 7,5 vezes mais para homens.
O relatório do Centro Canadense de Uso e Dependência de Substâncias (CCSA), descreve inúmeros riscos à saúde associados ao que era considerado baixo consumo de álcool anteriormente. As novas recomendações são o resultado de diversas pesquisas desenvolvidas ao longo do tempo. Conforme o CCSA, o consumo de mais de duas cervejas de cerca de 341 ml contendo 5% de álcool ou de uma taça de 142 ml de vinho contendo 12% de álcool trazem um aumento nos resultados negativos nos riscos à saúde, incluindo câncer de mama e cólon. Ainda, com três drinques por semana, há o aumento em 15% do risco de câncer de cabeça e pescoço. Tal percentual cresce conforme o consumo de álcool aumenta.
Além disso, um estudo publicado recentemente na revista The Journals of Gerontology, que buscou identificar possíveis relações causais entre dezenove fatores modificáveis comuns com o GrimAge acceleration (GrimAgeAccel) e o PhenoAge acceleration (PhenoAgeAccel), marcadores de envelhecimento biológico acelerado que se destacam em termos de previsão de mortalidade e doenças cardiometabólicas relacionadas à idade, indicou que dez dos dezenove fatores de risco analisados demonstraram fortes associações com o aumento de GrimAgeAccel, sendo a ingestão excessiva de álcool o segundo fator de risco mais forte, ficando atrás apenas do tabagismo. A descoberta evidencia, portanto, a contribuição do consumo exagerado de bebidas ao envelhecimento biológico.
Por fim, o ideal é que o consumo de álcool seja avaliado de forma individual, os estudos de associação não conseguem avaliar causa e feito, ou seja, muitas vezes outros fatores de estilo de vida podem estar influenciando essas associações entre ingestão de bebidas alcoólicas e pior saúde.
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F&T Notes: pelas nutricionistas Fernanda Bernaud e Thaís Rasia
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