A ansiedade é uma resposta antecipada a uma ameaça futura (real ou subjetiva). Portanto, uma resposta natural ao estresse, e em alguns casos vantajosa, por permitir a sobrevivência diante de situações que coloquem a vida em risco. Mas se os sintomas de ansiedade são extremos, duram por um longo tempo e interferem na qualidade de vida, aí você pode estar sofrendo com um transtorno de ansiedade. De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, as mulheres possuem mais chances de serem diagnosticadas com algum transtorno de ansiedade.
Fatores relacionados ao estilo de vida podem aliviar o estresse e ansiedade. Atividade física, sono adequado, evitar álcool e cigarro, além de incluir atividades relaxantes, como meditação são indicadas como uma forma de tratamento não-farmacológico.
Compartilhamos por aqui um link de um TED Talk sobre meditação:
“Nutrição inadequada pode ser um fator causal para piora do humor, e a melhora da dieta pode não só melhorar a saúde física, como também melhorar a saúde mental.” Joseph Firth and colleagues, 2020
O elevado consumo de alimentos de alto índice glicêmico, como os cereais refinados, refrigerantes e outros produtos ricos em açúcar está associado a maior chance de diagnóstico relacionado aos sintomas de ansiedade. Os pesquisadores acreditam que isso ocorre pelo aumento da glicemia seguido pela queda brusca da mesma, levando a mecanismos compensatórios, entre eles a liberação de hormônios como cortisol, adrenalina, glucagon e hormônio do crescimento que tendem a agravar irritabilidade e ansiedade. Além do mais, esses alimentos também podem desencadear desequilíbrios no sistema imunológico, agravando inflamação crônica de baixo grau, que vem sendo associada aos sintomas de estresse, ansiedade e depressão. Por outro lado, seguir uma dieta Mediterrânea, rica em vegetais, frutas, oleaginosas e azeite de oliva, pode reduzir sintomas de ansiedade, provavelmente pelos efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios dos alimentos presentes nesse padrão de dieta.
Além disso, a microbiota intestinal parece influenciar o comportamento e também a estrutura cerebral. Os estudos sobre a relação cérebro-intestino vêm fornecendo insights e o uso de pró e prebióticos vem sendo testado como possível tratamento. Embora seja muito difícil ter a nossa resposta ao estresse completamente sob controle, é importante entender que mesmo os transtornos de ansiedade severos podem ser tratados, com psicoterapia e medicamentos adequados, além, é claro, de um estilo de vida saudável! 😉
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F&T Notes: pelas nutricionistas Fernanda Bernaud e Thaís Rasia
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