Cada vez mais os pesquisadores consideram importante o efeito da nutrição sobre saúde, beleza e envelhecimento. Quando o assunto é saúde da pele, em termos de nutrição o primeiro item que nos vem à mente é o colágeno. Os suplementos de colágeno são um hot topic, no Reino Unido 38% das mulheres ingerem algum tipo de colágeno com o objetivo de prevenir o aparecimento de rugas e linhas de expressão e aqui no Brasil isso não parece ser muito diferente.
O colágeno é a proteína mais abundante no corpo humano, 75% da nossa pele é colágeno, ele é responsável pela estrutura, estabilidade e força, especialmente nas camadas da derme. Após os 25 anos a produção de colágeno reduz 1,5% ao ano e só nos 5 primeiros anos após a menopausa os níveis de colágeno podem reduzir em 30% .
Os efeitos visíveis dessa perda não são só a aparência de rugas e o aumento das linhas de expressão, mas também doenças físicas, já que o colágeno é basicamente a cola que segura nossos ligamentos, articulações e ossos. O colágeno tem em sua estrutura aminoácidos (entre os principais: glicina, prolina e hidroxiprolina), que são absorvidos de uma maneira mais eficiente quando ingeridos na forma de peptídeos. Dipeptídeos (Pro-Hyp e Hyp-Gly) estão disponíveis em altas concentrações no sangue por diversas horas após a sua ingestão via oral, estudos experimentais demonstraram aumento do seu conteúdo na pele e ossos rapidamente após a sua administração via oral. Ou seja, nessa forma eles permanecem relativamente estáveis e resistentes às peptidases (enzimas que degradariam eles na circulação), ficando então capazes de se ligar à pele.
Alguns estudos in vitro observaram as funções fisiológicas dos peptídeos de colágeno nas células da derme, os fibroblastos, como o aumento da proliferação celular e a ação antioxidante, possivelmente levando à proteção contra os danos dos raios UVB. Uma revisão sistemática, publicada recentemente, observou que a suplementação com peptídeos de colágeno esteve associada à melhora de hidratação, elasticidade e densidade de colágeno na pele.
E quem não quer suplementar peptídeos de colágeno e está na busca por uma alimentação mais plant-based, podemos ajudar nosso corpo a produzir colágeno ingerindo alimentos fontes de aminoácidos, principalmente de glicina e prolina, seguem as principais fontes: sementes de gergelim e de abóbora, tofu, amendoim, amêndoas, nozes, spirulina e grãos como lentilha, ervilha e feijão. Alimentos de origem animal: queijos e iogurtes são boas fontes (referência: USDA database).
Além disso, de nada adianta ter aminoácidos e não ter outros nutrientes essenciais para produção de colágeno, aqui são os principais: Vitamina C (hidroxilação da lisina e prolina), β-caroteno (ativa genes para produção de colágeno), Zinco, Manganês e Silício (importantes para manter a estrutura do colágeno) e Cobre (essencial para a ligação cruzada do colágeno e da elastina).
Ter uma pele linda e saudável exige uma alimentação equilibrada, principalmente baseada em plantas e com restrição de açúcar e gordura saturada. Afinal, beauty comes from the inside 😉
Referências: Ohara H et al; J Dermatol. 2010; 37: 330–8. Proksch; E et al; Skin Pharmacol. Physiol. 2014, 27, 47–55. Inoue N et al; J Sci Food Agr. 2016; 96: 4077–81. Song H et al; Food Funct. 2017; 8: 1538–46. Kang MC, et al; Int J Mol Sci. 2018 Nov 11;19(11).
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